Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, notificou o partido Novo após o uso da música Que País É Este em um evento político do governador de Minas Gerais, Romeu Zema.
A canção foi executada no último sábado, durante o lançamento da pré-candidatura de Zema à Presidência da República. Segundo Manfredini, que controla os direitos autorais da Legião Urbana, não houve pedido de autorização e o uso foi considerado ilegal.
Ele afirmou ainda que, mesmo que houvesse solicitação, não liberaria a música. Segundo Giuliano, a obra do pai sempre foi crítica à ditadura e à extrema direita, e, por isso, não faz sentido que seja usada por esse grupo político.
Essa não é a primeira vez que o herdeiro de Renato Russo reage ao uso da canção. Em 2024, ele já havia acionado a plataforma TikTok contra postagens bolsonaristas que também utilizaram a música sem autorização.
Que País É Este foi lançada em 1987 e se tornou um dos hinos da Legião Urbana contra a corrupção e os problemas do Brasil no período da ditadura militar.
Toma Trouxa!
Foi uma bela decisão de Giuliano Manfredini, sem dúvida!! Renato Russo não era homem de meias palavras, muito menos de conivência com projetos políticos que flertam com autoritarismo ou oportunismo barato. Sempre disse o que bem quis – ainda que muitos não tivessem a inteligência suficiente para compreender as palavras.
Que País É Este foi escrita como denúncia, como grito de inconformismo perante um Brasil corrupto, que costumava censurar e exacerbar a desigualdade social. Transformar esse hino de indignação em trilha sonora de palanque político é, no mínimo, um insulto à própria história! (E, cá entre nós, um pátcha desrespeito à memória de quem a compôs).
Zema e o Novo acharam que iam “lacrar” usando a música, mas tomaram um choque de realidade: não basta dar play em som ‘rebelde’ para posar de bom moço. O tapa na cara veio rápido e certeiro! Cultura e arte não são adereços para cabos eleitorais, principalmente da Direita – inclusive de alguém que já subiu em palanque político bolsonarista. A atitude do Giuliano, ao tentar proteger o legado e o nome do pai, GRITA que certas vozes não podem ser sequestradas por discursos que vão justamente contra aquilo que elas sempre combateram – assim como o fizeram com a bandeira brasileira e nosso verde e amarelo.
É, de fato, honrar Renato Russo: não permitir que um grito de revolta dele, e de todos nós, seja transformado em jingle de direitista radical.
NÃO!
