Moacyr Fadel, propina assumida e perdão oficial: a política paranaense no seu modo mais corrupto!

Um deputado ‘lá dos confins do Judas’ admitir que recebeu propina já seria manchete suficiente. Mas, cá estamos nós! Com um deputado da região dos Campos Gerais, enfeitando a primeira página de todos os jornais após ter confessado receber propina de uma empresa de ônibus.

Vem que eu te conto!

O QUE ACONTECEU?

Moacyr Fadel (PSD), ex-prefeito de Castro e atual 3º vice-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, confessou ter embolsado R$ 15 mil em dinheiro vivo de uma empresa de ônibus em 2009. Sim, há vídeo, não é boato. E vamos combinar: R$ 15 mil? Pobre de espírito e pobre até pra pedir propina!

Na época, o dinheiro foi entregue por um funcionário, que jura ter sido coagido pelos superiores, da Viação Cidade de Castro. Agora, um acordo selado com o Ministério Público, “limpa” a ficha de Fadel – o tal do ‘Acordo de Não Persecução Penal’ (nome bonito para uma atitude repugnante). Com ele, nada de antecedentes, nada de cadeia! O custo disso? R$ 180 mil de multa, destinados a uma entidade social de Castro – possivelmente a APAE.

“Em razão da propina, o denunciado deixou de praticar o ato de ofício, vez que possibilitou a manutenção ilegal do contrato de concessão para a prestação de serviço público de transporte coletivo urbano, oriundo da concorrência 006/06, fraudada em benefício da empresa VIAÇÃO CIDADE DE CASTRO LTDA.; escolhida desde o início para vencer”.

MAS E A CONDENAÇÃO ANTERIOR?

Então, cara-pálida. Sem condenação, tá? Fadel, que havia sido condenado a mais de dois anos de prisão por corrupção passiva, viu a pena virar prestação de serviços à comunidade e multa de dez salários-mínimos. Uma mixaria para o fato vergonhoso de confessar ser corrupto.

Em nota ao G1 Paraná, o deputado tratou tudo como uma “solução legal”, como quem fala de um carnê do Baú que estava atrasado e agora foi, por fim, quitado.

“A assinatura teve como objetivo encerrar definitivamente uma ação judicial que se arrastava há mais de uma década. As investigações provaram que não houve nenhuma irregularidade, tanto que na esfera cível o caso foi encerrado com a absolvição”, disse a defesa.

E AGORA? O QUE RESTA?

Resta vergonha para os Campos Gerais que elegeram um político que confessou corrupção. Simples assim.

Há de se parar de passar pano, para o quê ou quem quer que seja, porque no fim das contas, a matemática é cruel. Fadel confessou, saiu praticamente ileso, segue deputado, segue vice-presidente da Assembleia e, quem sabe, segue sonhando com novos cargos.

E a gente? Ah, meu querido John… a gente segue pagando ônibus caro, serviço ruim e político de bolso cheio.

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Sobre o autor

Eduardo Vaz

Eduardo Vaz

Jornalista multimídia e produtor executivo de rádio e tv, com passagens por Band, Grupo Ric, Rede Massa SBT, entre outros meios de comunicação.

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