Em um relato emocionado, Paul McCartney abriu o coração sobre o dia em que recebeu a notícia da morte de John Lennon. O cantor compartilhou suas lembranças em um trecho do livro “Wings: The Story of a Band on the Run”, lançado nesta semana, onde descreve o choque e a dor que sentiu ao saber da tragédia que abalou o mundo da música.
McCartney contou que foi informado sobre o assassinato de Lennon por seu empresário, logo nas primeiras horas da manhã. O momento, segundo ele, foi comparável a outro episódio de luto coletivo: o assassinato de John F. Kennedy. “Foi simplesmente inacreditável”, disse o ex-Beatle. “Minha visão ficou embaçada. Não dava para assimilar. Eu ainda não consegui. E, sinceramente, não quero.”
O músico também revelou que, após o ocorrido, decidiu ir ao estúdio acompanhado de Ringo Starr e George Harrison. Segundo ele, os três não queriam ficar sozinhos em casa. “Todos nós precisávamos trabalhar e estar com pessoas conhecidas. Era preciso continuar de alguma forma”, declarou.
O assassinato que abalou o mundo
Na noite de 8 de dezembro de 1980, John Lennon, aos 40 anos, foi brutalmente assassinado em frente ao Edifício Dakota, em Nova York, onde morava com sua esposa, Yoko Ono. O crime foi cometido por Mark David Chapman, um fã obcecado de 25 anos que aguardava o músico na porta do prédio.
Horas antes do ataque, Chapman havia pedido a Lennon um autógrafo na capa de Double Fantasy, seu álbum recém-lançado. Quando o casal retornou ao Dakota naquela noite, Chapman ainda estava lá — e disparou cinco vezes contra o ex-Beatle, atingindo-o nas costas e no ombro.
Mesmo ferido, Lennon conseguiu caminhar alguns metros até o saguão do prédio antes de cair. Chapman foi desarmado pelo porteiro e permaneceu calmamente sentado na calçada, aguardando a chegada da polícia.
Levada às pressas para o hospital, a estrela dos Beatles não resistiu aos ferimentos. O médico Stephan Lynn informou que Lennon sofreu uma hemorragia maciça causada por danos severos a um dos principais vasos sanguíneos do peito. Ele foi declarado morto às 23h07.
Dois dias depois, o corpo de John Lennon foi cremado, e suas cinzas entregues a Yoko Ono, que optou por não realizar um funeral.
Mais de quatro décadas após o crime, a lembrança daquela noite ainda ecoa profundamente entre fãs e colegas de banda. Para Paul McCartney, a perda de Lennon não é apenas a morte de um parceiro musical, mas o fim abrupto de uma amizade que ajudou a moldar a história da música moderna.
“Foi um dos piores momentos da minha vida”, relembrou McCartney. “John era como um irmão. Nada prepara você para perder alguém assim.”

