A escravidão chegou até você e ainda não acabou. E eu posso provar!

Ou você não fica com comichão pra ver o que aconteceu quando apita algum alerta de mensagem no seu celular? Se isso não é escravidão, não sei como descrever. E eu demorei pra entender isso!

Em 2020 nós fomos arrastados, querendo ou não para uma pandemia crítica. Com ela, vieram os lockdowns. Mas nem tudo precisou parar. Houve a necessidade de se reconstruir as relações, agora à distância, e usando a tecnologia. Graças a Deus o celular chegou a um patamar popular de compra e os mensageiros instantâneos, em tese, de uso gratuito. Foram elas que nos socorreram para vendas, lives, bate-papos, chamadas de vídeos e tantos outros benefícios. OBA! Conseguimos permanecer próximos, mesmo distantes.

Mas a Terra continuou girando e o tempo passou. Semanas, meses, anos… 2021, 2022, 2023… a pandemia acabou – ou pelo menos foi rebaixada para a terceira ou quarta divisão – mas a tecnologia permaneceu. As pessoas esqueceram que o contato imediato que era necessário naquele momento não é mais tão imediato assim. Então você incomodar as pessoas às 11 da noite com situações que podem esperar até a manhã, não faz sentido. O Home Office fez com que muitas pessoas esquecessem que outras possuem vida além do relacionamento profissional. Possuem filhos, cônjuges, uma casa para limpar, uma louça para lavar, comida para fazer. Ou não possuem nada disso, também. Têm apenas um acesso à Netflix, um pacote de Ruffles e uma lata de Coca-Cola. Não importa! Têm outra vida!

Mas lá está ele. O bendito celular. O maldito WhatsApp. Apitando, chamando, gritando, enlouquecendo todos que ficam à volta com situações que podem esperar, SIM! Por que quando havia apenas telefone fixo tudo podia esperar e agora não pode mais? A urgência te prende, a notificação te causa ansiedade… então… sim, você é escravo do celular.

Demorei muito pra entender que o meu momento de lazer, o meu momento com meu filho, com a minha família, meu momento em casa, deve ser apenas deles. E não, não estou dizendo que não mexo no celular. Estou dizendo que estou me educando para deixar sempre no silencioso e, quando pego para ver algo pessoal ou enviar mensagens pessoais, sequer abro àquelas que devem ser respondidas no horário de trabalho. Estou me educando, estou aprendendo! Se for urgente urgentíssimo? Usa o método criado por Alexander Graham Bell, a ligação – e até isso pode ser que eu não veja (celular no silencioso, lá longe da vista – MEU MOMENTO).

Quem sou eu para dar conselhos, mas como aqui a democracia é válida apenas para a minha opinião, na falta de um, seguem dois:

  • Eduque-se para ter o seu momento. Esqueça o celular. Coloque no silencioso. Desligue. Deixe que toque o quanto precisar. A vida passa na frente dos seus olhos. Quando estiver trabalhando, trabalhe, responda, esteja atento. Quando estiver de folga, ESTEJA DE FOLGA. É um conselho que dou para mim mesmo (reforço, estou aprendendo – e não é fácil)!
  • Se não tem urgência urgentíssima, NÃO incomode as pessoas. Aguarde. Há sempre um horário em que as pessoas estarão disponíveis pra isso, caso haja uma relação comercial. Respeite e exija respeito. E aqui dou um ctrl c + ctrl v: É um conselho que dou para mim mesmo (reforço, estou aprendendo – e não é fácil)!

A escravidão é sua. Mas depende de você quebrar as correntes. Eu estou tentando, e você?

Axé!