É, meu caro leitor, que sonha em voar, voar, subir, subir… Achei que a data passaria em branco, mas claro que Betinha decidiu transformar o Dia Nacional do Prefeito em mais um episódio do reality “Prefeita Indignada”.
E esse foi com estilo. Intitulado “SOCORRO, GOVERNADOR!”, saiu mais num tom de “OH, E AGORA QUEM PODERÁ NOS AJUDAR?”
O vídeo publicado nas redes sociais nesta segunda (6) começa com um “Bom dia, governador Ratinho Júnior” e termina com um grito de “socorro”. Aliás, palavra repetida tantas vezes que pode virar até um bordão de campanha para quem quer que seja.
O problema não é o vídeo em si. É a frequência. A cada 10 ou 15 dias, lá está ela, com o mesmo tom inflamado, o mesmo discurso de quem parece ter acordado brigando com o primeiro-cavalheiro. Se antes era raro ver um prefeito se queixar tanto, agora é só esperar que sempre vem.
E convenhamos: motivo pra tanto rancor, sinceramente, parece faltar. Elizabeth ganhou a eleição do ex-prefeito Marcelo Rangel (o principal alvo das indiretas diretas); mantém uma base folgada na Câmara Municipal (que não só defende, mas diz amém, sem questionar, a aumentos de tributos e a terceirização da merenda escolar); ostenta índices de aprovação supostamente acima dos 70% e ainda recebe generosas verbas federais e estaduais. Aliel Machado manda dinheiro, Mabel Canto manda dinheiro, o próprio Rangel, que virou inimigo de estimação, também manda.
Parece que a cidade está longe do colapso que o vídeo dramatiza. A rua da casa da prefeita foi asfaltada recentemente, o governo municipal tem caixa, tem publicidade em abundância, estrutura bem montada e tempo de sobra para governar. Então, de novo: está chorando pelo quê?
Porque, se for pela cidade, a coisa não bate. O drama tem mais cara de richa pessoal do que de gestão. E aí vem o problema: quem ficou no meio dos dois foi o governador do estado, pré-candidato à Presidência da República.
Em vez de unir forças e negociar, Elizabeth escolheu o roteiro do confronto. Denuncia, acusa, aponta inimigos e SEMPRE posa de vítima nas redes sociais. A história da vovó coitadinha da campanha de 2024, que rendeu prêmio ao publicitário responsável, pelo jeito, enraizou por ali. Porém, já cansou. A população está parando de comprar as histórias como são vendidas com tanto chororô (ainda que reais!).
O vídeo de hoje é mais um capítulo dessa novelinha xexelenta.
No fim das contas, diante de tanto poder, tanta base aliada, tanta verba e tanto asfalto, a pergunta que fica é simples: socorro de quem e pra quê?
Não viu o vídeo? Segue aí!