Dia desses, durante meu obrar, me peguei pensando…
Como deve ser triste ser Bolsonaro, que não tem amigos, apenas aliados. E aliados, definitivamente, não são amigos. São pessoas que estão ao seu lado apenas por interesse próprio e pessoal. Pessoas que, muitas delas, no primeiro alerta de fumaça, deixaram (e deixam, a cada dia mais) sua Direita em troca de qualquer outra possibilidade de se manter em um pseudopoder. Como um ajudante de ordens que, não pelo bem da nação, mas unicamente por vantagens pessoais com a Justiça, entregou tudo o que o bolsonarismo tentava esconder.
Como deve ser triste ser Bolsonaro, que viu uma multidão de milhões de seguidores encolher radicalmente, assim como seu discurso. Em um dos últimos atos no Rio de Janeiro, com expectativa de 1 milhão de pessoas, por exemplo, Copacabana viu sequer 20 mil seres. E mesmo os mais “otimistas”, que desafiam os sistemas de contagem e garantem 200 mil presenças, têm um déficit de 800 mil para o esperado. Triste.
Como deve ser triste ser Bolsonaro, que tanto criticou o sistema de saúde brasileiro. Quis o destino que, estando no Rio Grande do Norte, passou mal e precisou ser transportado por uma ambulância do Samu. Um serviço normatizado em 2004 pelo seu grande arquirrival, Luiz Inácio, na sua primeira Gestão Federal. Um passeio um tanto quanto incômodo, imagino.
Aliás, como deve ser triste ser Bolsonaro que sequer pode degustar uma buchada de bode nordestina sem ter o seu próprio bucho inflamado e retorcido ao tentar digerir a iguaria. Uma facada que lhe causa problemas até hoje, muito parecida com aquelas que ele aplicou no povo brasileiro em seu governo, fazendo com que pessoas desacreditassem da vacina e das urnas eletrônicas, o que também causa problemas à nação até hoje.
Como deve ser triste ser Bolsonaro, apelidado de Bozo, um palhaço narigudo, com um cabelo engraçado, que viveu um passado de glória e hoje, no máximo, assusta criancinhas em festas de aniversário. Um palhaço que tenta se manter vivo na memória afetiva de muitos e hoje, o que mais consegue, é cavar a própria humilhação.
Como deve ser triste ser Bolsonaro que, em um ato desesperado, tenta acenar para a Direita americana. Reza “Trump que estais na Terra” e vê seu filho e sua senhora, muito bem trajados, barrados na festa de posse do novo presidente na Casa Branca. Pede clemência a quem não tem voz e nem vez em território brasileiro e, ao que tudo indica, muito em breve, nem no quintal da própria casa.
Então, como deve ser triste ser Bolsonaro, que se vê acuado por tantas chacotas com relação à própria esposa e aos próprios chifres. Ela, secretária parlamentar do então deputado, se torna amante e, então, vira a oficial. Um casamento que muitos têm certeza ser apenas de fachada, por interesse, e que se vê ameaçado quando um maquiador se torna a verdadeira companhia da dama. Um trisal?
Ah, como deve ser triste ser Bolsonaro, que tanto criticou mulheres e homossexuais. De tanto dizer que, depois de quatro filhos homens, teve uma menina após uma fraquejada, e depois descobriu, publicamente, os possíveis relacionamentos homoafetivos de seu filho número zero quatro expostos por seus companheiros. Uma decepção?
Como deve ser triste ser Bolsonaro por ter uma lista tão extensa de motivos depressivos. Poderíamos seguir falando sobre corrupção, desmatamento da Amazônia, relações internacionais tempestuosas, incompetência no trato com a Covid-19, a salvação chamada Paulo Guedes que não salvou ninguém, as ameaças aos direitos civis, o despejo de notícias falsas, o descrédito das instituições e muito, muito mais.
Como deve ser triste ser Bolsonaro, que conseguiu dividir um país, mas sequer teve a competência de saber o que fazer com a sua parte.
Sequer competência alguma.
Indigno sequer de pena.
Como deve ser triste ser Bolsonaro!