Crise da Sanepar em PG: posso apostar quem vai pagar o pato!

Meus amigos e minhas amigas que têm brindado diariamente à incompetência da Sanepar (com qualquer bebida, exceto água) nos últimos dias: saúde! Não há outro assunto nas rodas de conversas, bares, restaurantes e até nas esquinas da XV de novembro, afinal, democraticamente, a seca atingiu os quatro cantos de Ponta Grossa.

Aqui não chamaremos de crise hídrica, até porque água há de monte. O que faltou foi investimento na captação, no tratamento e na rede de distribuição. E é isso que a Sanepar vem tentando explicar aos ponta-grossenses: que o tamanho da incompetência é proporcional ao tamanho da população que viu, de uma hora pra outra, a água desaparecer. E desde já quero esclarecer que nesta publicação farei uma previsão! Sem poderes mágicos ou de bruxaria, apenas observando o que vem acontecendo.

 

QUEM É A CARA DA SANEPAR?

Você já parou para prestar atenção em quem mais deu a cara a tapa nessa história toda? Até por que ‘Sanepar’ é apenas o nome de uma empresa. Desde o início, essa crise tem um rosto: Simone Alvarenga, gerente geral da Sanepar na região sudeste. Sempre que é preciso dar as más notícias e explicações, mesmo quando as respostas não satisfazem a população, ela está lá. Firme e forte perante as câmeras, os repórteres e as pessoas que esbravejam contra a companhia que tenta justificar o injustificável. Ela é mulher, tem conhecimento técnico, postura firme e carisma, e é exatamente por isso que está sendo jogada aos leões.

Estivemos com ela na rádio recentemente e ficou evidente que domina o assunto. Falou com clareza sobre os desafios operacionais, as obras em andamento e os esforços da equipe local para minimizar os impactos da crise. Inegável que a Sanepar demorou para agir, falhou no planejamento e hoje precisa de alguém para se justificar diante da população. Esse alguém, inevitavelmente, tem sido Simone. O presidente até apareceu uma vez, de longe, pedindo desculpas após a crise se tornar manchete nacional no Jornal Hoje, da TV Globo, mas… quem comprou? Ninguém, claro.

 

E QUEM VAI PAGAR A CONTA?

Analisando o cenário político, fica claro que os responsáveis por essa situação dificilmente serão cobrados. O presidente da Sanepar tem ligações políticas, foi indicado pelo governador Ratinho Junior e tem apadrinhamento de deputados.

Quem mais? Os diretores? Aqueles que tomam as decisões estratégicas e estão confortavelmente instalados em Curitiba, longe da realidade dos moradores que abrem a torneira e não veem uma gota d’água? Nenhum deles será responsabilizado. Quando a poeira baixar e a crise for resolvida, a culpa precisará recair sobre alguém.

E quem será esse alguém? Se eu tivesse que apostar, diria que será exatamente quem deu a cara a tapa durante todo esse tempo. Simone, uma profissional técnica, sem envolvimento político, corre o risco de pagar o preço por uma crise que não foi ela quem criou. Não estou passando pano para ninguém, acredito que ela também tem sua parcela de responsabilidade na crise, mas infinitamente menor do que gestores que empurraram com o pandu os investimentos necessários há anos.

 

A APOSTA

A saída daquela que foi jogada aos leões? Um remanejamento discreto ou até mesmo uma demissão, para dar à população uma falsa sensação de responsabilização quando tudo estiver para trás. O problema real, no fim, nunca foi dela. O problema é uma estrutura que prefere sacrificar peças ao invés de corrigir suas falhas.

A bendita da política.

Abrindo o bolão em 3, 2, 1…

Facebook
Twitter
LinkedIn

Sobre o autor

Eduardo Vaz

Eduardo Vaz

Jornalista multimídia e produtor executivo de rádio e tv, com passagens por Band, Grupo Ric, Rede Massa SBT, entre outros meios de comunicação.

Saiba Mais

Sugestão de conteúdo

Rolar para cima