Olá, caro leitor, usuário dos ‘novinhos de PG’. Me conta, o USB ainda tá funcionando normalmente ou já tem chiclets no buraquinho da alegria?
Hoje trago aqui um papo super aberto que tivemos eu, e o meu companheiro Rudolf Polaco, com o médico pneumologista, ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Ponta Grossa, Dr. Magno Zanellato. Ele, um personagem à parte na política ponta-grossense, esteve no ‘Manhã Total’, de peito aberto, contou o que viveu, as promessas que ouviu de muita gente e ainda deu a letra sobre o sistema de saúde de PG atualmente.
Doeu? Pra mim, não! Mas pra muitos gestores, pode apostar!
Disse o que precisava ser dito.
Que tal? Perdeu essa? Vem que eu te conto os principais pontos dessa conversa franca!
QUEM É DOUTOR MAGNO ZANELLATO?
“Eu comecei na política em 2016… jamais achei que ia enveredar pra esse lado”, contou, lembrando o convite que veio depois de ver “um bom discurso” na ACIPG, na época, presidida pelo empresário Marcio Pauliki. Logo veio o convite para compor uma chapa a vereadores e, então, o médico que nunca tinha sonhado com palanque de comício, sentiu um chamado. “Eu entrei pra não ser nem situação nem oposição”, disse.
Eleito vereador de primeira, Dr. Magno aprendeu, na prática, como funciona a velha política. Essa, que parece que nunca vai mudar se continuarmos com os mesmos de sempre.
Em 2018, acabou candidato a deputado estadual. Foi naquela onda, de todo político bom de lábia, do tipo ‘o grupo vem forte, tem cabeça de chapa, vai dar certo’. Tinha tudo pra dar certo mesmo, até que o candidato ao governo do estado do grupo resolveu tirar o chapéu de cena pouco antes da eleição. “O Osmar Dias tirou a candidatura dele e ficou de mão beijada pro Ratinho”. Quem depende do puxador de votos sabe, muito bem, que, quando ele vai embora, fica todo mundo chupando o dedo. Dito e feito. Nem o Pauliki federal foi eleito nessa!
ENTÃO, AGORA CHEGA, NÉ?
Aham. Senta lá, Claudia.
Veio 2020. Reeleição para vereador! Como é que um médico pneumologista faz campanha política ou organiza partido político tendo que lidar com milhares de pacientes com Covid-19, em plena pandemia? Não tinha como dar certo. Pancada! A conta não fechou por causa da legenda.
Dr. Magno contou que fez um trato com a esposa de que não colocaria mais dinheiro em campanha política. E, então, 2022 trouxe a promessa mais sedutora de todas: “sem gastar um centavo”. Eu ri no estúdio, pois achei impossível. “Promessa é promessa… não gastei, mas me lasquei”, contou. O dinheiro prometido pelo partido? “Veio 10% nos últimos 15 dias”. A campanha, claro, capengou. Ainda assim, quase 7 mil votos na unha.
Guarde essa regra, futuro candidato: quando alguém vier com “o partido banca tudo”, responda como o velho Pedro: “É cilada, Bino!”
MAS E 2024? CANDIDATO A PREFEITO?
No Partido Novo, já em 2024, Dr. Magno topou o sacrifício de última hora. “Decidi sair faltando poucos dias para a convenção. Nós vamos formar um grupo político diferente… Como diz na linguagem popular, nós vamos incomodar”.
Pouca verba do partido, sem tempo de rádio e tv, e como o candidato que muitos diziam “nem sei por que saiu”, não deu mais uma vez.
E OS APOIOS NOS BASTIDORES?
Segundo o médico, o segundo turno de 2020 rachou o PDT de então. Parte queria Mabel, parte preferiu neutralidade. Magno ficou fora.
Já em 2024, o Novo apoiou a reeleição de Elizabeth? Sim, por maioria, mas com rangido visível daqueles que diziam ‘NÃO’. E, quando a nomeação da secretária de Indústria e Comércio, Faynara Merege, filiada ao Novo, caiu no colo do noticiário, ele foi taxativo: “Não saiu do grupo local.”
“O nosso grupo político não teve absolutamente nada a ver com essa indicação… Não estamos participando dessa gestão.”
Mais claro, impossível, né não?
UMA RADIOGRAFIA DA SAÚDE DE PG
Nessa hora, o médico fala mais alto que o político. E a fala é dura, mas necessária sobre a gestão de saúde em Ponta Grossa.
“Fechamos portas” nos últimos 25 anos: pronto-socorro, Hospital Evangélico, antigo Franco da Rocha. A população explodiu, os leitos não acompanharam e o Regional, apesar de essencial, virou referência pra mais de 30 municípios. Resultado? Gente de Ponta Grossa internada longe de casa, família sem condição de acompanhar, casos que se agravam na espera aguardando um procedimento.
Ele distingue a medicina que resolve as situações daquela que costuma empurrar os problemas. Dr. Magno conta que UPA não substitui pronto-socorro com centro cirúrgico, UTI e retaguarda. Uma apendicite tratada cedo é alta em dois dias. A mesma apendicite, travada sete dias na fila de regulação, complica muito e oferece um risco real (e desnecessário) de óbito.
MAS TEM DINHEIRO PARA MELHORAR?
Quando puxei o fio do orçamento da Saúde que, para 2026, é pouco superior a R$ 400 milhões, perguntei: “Dá?” Doutor Magno trouxe o contraste: “Quando fui vereador, no nosso mandato o orçamento da cidade toda era de 750 a 800 milhões. Hoje é 2 bilhões e falta dinheiro pra tudo”.
Segundo ele, a possível solução seria uma parceria com clínicas e hospitais locais que já oferecem uma estrutura, e que muitas vezes pode estar ociosa.
COMO ASSIM?
Convênios cirúrgicos e de exames com hospitais que têm sala pronta, equipe pronta e aparelho parado de madrugada. Parcerias para acelerar tomografia, endoscopia, ultrassom e matar a fila que mata o paciente antes do diagnóstico. Pagar por procedimento resolutivo, com indicador e transparência.
São paliativos? Em parte. Mas paliativos que salvam agora, enquanto a obra grande não nasce.
E A ATUAL GESTÃO ELIZABETH?
No geral, Magno não chutou a canela e nem dourou a pílula. “No geral daria uma nota 7”, reconhecendo entregas e problemas. Na saúde, porém, foi mais enfático: “Não é uma boa administração”.
E o futuro? “Estou aberto a ser candidato”, confirmou, sem heroísmo barato. O foco, reforçou, é projeto político, não temporada de caça a cargo a cada eleição. Parece pouco? Em Ponta Grossa, onde o eleitor vive entre o voto útil e a resignação, já é um baaaaita de um começo.
No mais, jovem eleitor, vale a lição de quem viu e vê de perto como funciona a política.
E, não esqueça, animalzinho! Promessa de partido… bom, essa a gente já combinou: escreve “utopia”, sublinha, passa o grifa texto, e segue para a próxima página.
Quer assistir ao conteúdo completo da entrevista?
Tá aqui, Zé! É só clicar!

