Por que jornalistas ponta-grossenses celebraram com fervor a derrota de Rangel?

Não, não desapareci do mundo. Apenas dei uma pausa, assim como fiz outras vezes na vida, e voltei para destilar um pouco mais das minhas pérolas de falsa sabedoria. Sabedoria essa que faltou para o candidato Marcelo Rangel nas Eleições 2024 em Ponta Grossa. De tanta confiança, tropeçou no próprio cadarço, como disse um certo colunista político.

Nas Eleições municipais de quatro anos atrás, aprendi com alguns especialistas que o platô nas pesquisas eleitorais não pode ser muito antes da data de votação. Se isso acontece, a chance de despencar é muito grande, uma vez que não é possível manter-se no ápice por tanto tempo. Foi o que aconteceu em 2020 com o candidato Marcio Pauliki. Favorito desde antes do período eleitoral, subiu tanto que, na hora que tinha que estar no alto, caiu para terceiro, ficando fora do segundo turno. Aprendi. Ele também, sem dúvida, tanto que, ao que tudo indica, abandonou a política. Uma pena! Um grande gestor, ao meu ver, e que sofreria muito para colocar a casa em ordem – às vezes colocando em risco até uma possível reeleição.

O papo hoje é sobre Marcelo Rangel. Ex-prefeito e que, mesmo sendo secretário, dizia-se deputado estadual. Aliás, como secretário não tinha verba de emenda nenhuma pra enviar. Mera lorota. A verba é de direito do suplente, que poderia encaminhá-la para onde bem entedesse. Acredito sim que ele começou esse processo eleitoral como favorito. Ganhou o direito de ser o candidato do PSD em uma clara traição à antiga aliada Elizabeth Schmidt. Inegável! O governador já tinha anunciado apoio à reeleição de Beth (longos #TBTs na campanha), até que o menino do Nilson decidiu que era ele. Falta de ética, de respeito e de consideração com o grupo político manipulado por ele e pelo irmão. Aliás, a traição política é histórica nesse grupo, como sabe-se publicamente.

Mas e então, por que cargas d´água a derrota de Marcelo Rangel, em terceiro lugar, foi tão comemorada entre os membros da imprensa ponta-grossense? Simples! Porque ele, como comunicador de uma rádio, nunca deu a devida atenção à imprensa de Ponta Grossa. Incansáveis e incontáveis vezes preteriu informações relacionadas à imprensa para que fossem dadas com exclusivdade no programa Nilson de Oliveira da Rádio Mundi FM. Uma concessão pública, utilizando uma informação pública, com exclusividade. Durante a pandemia da Covid-19, momento em que a informação fazia-se mais que necessária, diversas vezes guardou informações anunciando nas redes sociais: Amanhã, no programa NIlson de Oliveira… que feio, hein?

Com essa atitude, Rangel obrigava a imprensa ponta-grossense a ouvir o bendito programa matinal para que pudesse ter as informações relacionadas à Prefeitura Municipal. Aliás, inclusive assessores de imprensa da própria prefeitura ficavam sabendo de detalhes somente no programa. O intuito? Claro, alavancar a audiência do programa. Inegável. Os disparos de releases só aconteciam horas depois da divulgação na rádio, ou seja, aqueles jornalistas que gostariam de ter uma informação, precisavam estar ligados na 99,3 FM para estarem por dentro das medidas contra a Covid-19. Isso fez de Marcelo Rangel um prefeito ingrato à imprensa ponta-grossense.

Então, nestas eleições, jornalistas da cidade de Ponta Grossa, quando viram que ele tentaria novamente a chefia do Executivo, passaram a se retorcer na cadeira. Deus nos livre e guarde passar por isso de novo. Soube, inclusive, de colegas que optaram por votar no 44 para evitar que o ‘pior acontecesse’. Dito e feito! Uma medalha de bronze com gosto de derrota pesada. A criatura engoliu o “criador”. Sem dúvida, o hexa não será tão comemorado quanto essa derrota.

Pelos próximos 4 anos, pelo menos, não teremos essa dor de cabeça. Ufa! Que alívio!

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Sobre o autor

Eduardo Vaz

Eduardo Vaz

Jornalista multimídia e produtor executivo de rádio e tv, com passagens por Band, Grupo Ric, Rede Massa SBT, entre outros meios de comunicação.

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